sábado, 27 de fevereiro de 2010



há, na parede do meu quarto, flores. na parede onde encosto a cama. olho sempre para esta parede(amarela) toda vez que entro no quarto e há algumas horas desenhei flores ali. estão ainda inacabadas, mas surgiram bem no dia que resolvi desenhá-las. foi um impulso forte. comprei hoje giz de cera para colorir.

há atrás da porta do meu quarto um Sol. a partir de então, passarei a dormir dando boa noite para ele. a porta do meu quarto, fica bem em frente a minha a cama, em frente a mim, enquanto é está a forma como durmo. o Sol é amarelo e basta essa cor. há quem diga que eu poderia completar a parede com azul. mas tenho a impressão de que a parede há de completar um dia. dela vai surgir alguma cor de tinta. ela vai quase que desenhar a si própria.

as flores foram bem fluidas, sabe? peguei uma caneta, depois peguei tinta e por fim, fiz as pétalas de lápis. quem sabe por que essa composição? mas me agrada, digo, me agradou. e sei que vai continuar agradando. tê-las ali, quase como um ombro onde me recosto. macio e de cores( logo mais), ah, como será bom...

o Sol me deu um tanto mais de trabalho, para acertar o 1/4 de círculo, para por seus raios tipo Pollock. sacudia o pincel com fúria. subi no banco para tentar facilitar. repassei a tinta amarela. pintei também o chão, um pouco além da porta e a mim mesma.depois do Sol pintei toda minha mão e carimbei num lugar que tenho sempre perto de mim. 

tanto as flores quanto o Sol fazem parte do meu quarto. 
quero O Sol e as flores fazendo parte do meu quarto.
gosto das flores e do Sol iluminando o meu quarto.


talvez o processo não queira dizer muito.
e sim o que há de se concretizar no abstrato.
afinal, Sol, pode querer dizer pássaro.






_Ilustração: Vânia Medeiros ( licencinha, Rai ) 

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