terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

29/11/2007

Ficarei monologando um tanto na tua janela, porque é quase que ilusão de ouvinte.
(Eu me sinto só agora)
Na verdade, ouvinte e não ouvinte, quase um terapeuta que ouve o que não seria dito num papo descontraído.
Porque é quase um segredo, algo que não seria fácil de ser visto, ainda que os olhos estivessem nos olhos.
Por isso, assim, é bom monologar, falar só da própria solidão.
Daquelas vontades repentinas de tomar chá de sumiço,que nem tanta gente toma e some sem deixar vestígios,naqueles dias de sensações de nada ser verdade.
Nada ser caso sério.
Nada ser coisa certa.
O chão se desfaz sob os pés e os pássaros não se calam, cantam alegremente. Eles não se dão conta.
E a dança, a dança, a música, a música continua e a solidão.
Para um lado e para o outro, ventos, pétalas e eu da tua janela.
Já não só monologo, além, eu danço, eu canto e interpreto e vôo, eu vôo sobre o chão desfeito.
Minhas asas não mais suportam meu peso e eu precipito...
Mas ao cair, estou já leve feito pluma.
Mas importa?
O chão se desfez
Poço sem fundo.
Crê?
Que me sinta assim tanto e ao mesmo tempo?
Não! Não responda!
É ilusão de ouvinte.
Existe e fica mudo ou não existe!
Palavras tuas me silenciariam...
Deixe-me permanecer na tua janela.

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