quarta-feira, 8 de outubro de 2008

antiguidades*

...

Me pinte de música que eu quero dançar na minha moldura!
Eu quero me modelar em pote de tinta.
Me pinte , me tente , me jogue nas flores.
Me atraia com som!
Me seja um personagem.
Me dê um cenário que eu quero ser dele objeto principal.
Me tire do papel que eu quero cantar e neste desenho esqueceram de desenhar minha boca.
Me ponha uma asa ou me deixe bem leve que quando eu dançar eu quero voar e pintar o céu de colorido.
Pegue esse batuque, batuque do samba e crie aqui dentro pro meu peito sambar!
Incorpore esse acorde que o meu dedo está louco pra cantar o dó e o meu corpo está louco pra dançar no Sol.
Me rime com azul e amarelo.
Me encante com sua varinha de cordel.
Toque no verde e emita essa fala.
Me fale em tom de rodopios pela sala.
Maracat’use-me como quiser.
Pegue em mim um pouco de sonho.
Sonhe-me bem presa ao chão.
Componha minha sapatilha que eu quero dançar ao som de Grotowski.
Me colha no vermelho.
Colha o vermelho sem fazer sentir dor.
Colha a dor e de mim o anseio.
Colha notas e forme um buquê de flor.
Pegue tudo e jogue na tela.
Fotografe o barulho e fale que sim.
Me fale com melodia.
E colha outra eu de mim.
Me filme, me quebre, me monte.
Desmonte e monte já não como fez.
Não esqueça de olhar para a música.
Antes de me pintar de música outra vez...

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