Voa alto, como eu não alcanço com as mãos.
Voa baixo, raso, fundo.
Pisa os pés no chão e a cabeça em oooutro mundo!
Vai voando, bate rápido, bem rapidinho as suas pequenas asas, pára e logo volta a batê-las novamente em seu oscilante vôo.
Bem como uma onda, já reparou?
Sentei-me um dia desses num banco, tendo muito o que fazer e pus-me a olhar o céu, a tardinha.
Vi um, dois, três! E o canto de vários...
Eram todos pequeninos e planavam bem pouquinho.
De tanta atenção que prestei no seu voinho, pude saber do barulho de suas asas.
Fazia um vento frio e o Sol já se deitava avermelhando as construções.
Constatei que a Terra roda com o movimento das nuvens.
E que tudo tem um tempo certo de ser, como as muitas e poucas ondas, assim como o vôo do pássaro miúdo.